Tai Lihua, uma das mais prestigiadas dançarinas surdas do mundo, nasceu na província de Hubei, China, em 1976. Aos sete anos, na escola para surdos onde estudava, a dança surgiu como surpresa, ritmada, a lhe atravessar os sentidos: com os pés sobre o chão de madeira lisa e com um instrumento de percussão, o professor fazia com que as vibrações das batidas chegassem aos corpos de seus alunos.
“As vibrações ritmadas entraram no meu corpo da cabeça aos pés. De repente, senti-me extasiada, experimentando uma alegria que nunca tinha vivido antes. Deitei-me de bruços sobre o chão e usei o meu corpo para absorver aquele som incrível. Estava tão excitada!”, diz Lihua (fonte: CDPPAT).
Desse momento em diante, o som, a música e a dança entraram – para não mais sair – em sua vida. Todos os dias, a pequena dançarina praticava em sua casa, até que, aos 15, ingressou na China Disabled People’s Performing Art Troupe – CDPPAT, um dos mais importantes grupos performáticos formado por pessoas com deficiência do oriente (saiba mais), onde atua até hoje, ocupando o cargo máximo de diretora artística da companhia (muitas apresentações do grupo, vulgarmente chamado de “as bailarinas surdas chinesas”, já foram vistas por milhões de pessoas nas redes sociais).
Com espetáculos realizados em dezenas de países (entre eles, uma impactante performance na cerimônia de encerramento das Paralimpíadas de Atenas – 2004), e com um grande público admirador, a dançarina (surda sinalizadora), ao lado da companhia que dirige (composta por dezenas de artistas surdos), acaba por promover o valor da dança para surdos, ouvintes, cegos, videntes, andantes, cadeirantes, etc., provando que as artes, sim, são para todos.
Abaixo, trecho do famoso espetáculo “One thousand hand Bodhisattava”. Clique aqui para assistir a uma entrevista com a dançarina.

Categoria: Dança
País: China
Línguas: Chinês (Mandarim) e Chinese Sign Language (中國手語)