Entre os anos 1960 e 1970, quando dança e surdez se encontravam quase sempre em abordagens terapêuticas, a Kol Demama (Som Silêncio) já reunia, profissionalmente, dançarinos surdos e ouvintes em Israel.
Criada por Moshe Efrati (ex-integrante da prestigiada Batsheva Dance Company), a companhia reafirmava a dança por seu valor artístico, e não como um mero instrumento de socialização ou reabilitação: “não sou um assistente social, tampouco um terapeuta, sou um coreógrafo”, afirmava o diretor e fundador do grupo. “Para mim, não é uma questão de surdo e ouvinte, mas a fusão de dois mundos”.
Sobre o tablado, os integrantes alinhavam o compasso por meio de vibrações no piso, “tapas no ombro”, toques no corpo, expressões faciais, contatos visuais, gestos e jogos de luzes, todos incorporados às coreografias dos espetáculos. A distinção entre ouvir e não ouvir, assim, desfazia-se no palco, sutil, na beleza dos movimentos (fonte: Arquivo The New York Times, 1984).
Em Tel Aviv, a companhia mantinha uma academia onde centenas de jovens (surdos e ouvintes) praticavam do ballet clássico à dança contemporânea. Algumas décadas depois, para celebrar o pioneirismo do grupo – que se manteve ativo até o final dos anos 90 – um tributo a Moshe Efrati foi realizado em 2011, reunindo ex-integrantes e apoiadores da companhia.
Categoria: Dança
País: Israel
Línguas: Hebraico e Israeli Sign Language (ISL)