Anthony Smith, um menino surdo estadunidense, recusava-se a usar o seu aparelho auditivo – apelidado, carinhosamente, de Blue Ear (Orelha Azul). “Super-heróis não usam orelhas azuis“, dizia Anthony, então com quatro anos, à sua mãe, Christina D’Allesandro.
Diante dos nãos de seu filho, Christina escreveu para a Marvel Comics (responsável pela criação de super-heróis como Capitão América, Homem-Aranha, X-Men etc.) pedindo ajuda à editora, à procura de algum personagem surdo: a mensagem foi logo respondida por Bill Rosemann, editor do selo, que sugeriu à mãe do garoto que lhe contasse sobre o Hawkeye (no Brasil, o Gavião Arqueiro), um personagem criado por Stan Lee na década de 60 que, mesmo tendo perdido parte da audição, não deixava de ser um importante super-herói. Junto com a mensagem, Bill fez chegar à família uma imagem de Hawkeye.
Sensibilizado pelo pedido da mãe, Rosemann encaminhou o e-mail recebido à equipe de criadores e desenhistas da editora, que – de pronto – mobilizaram-se e criaram o “Blue Ear”, um herói-menino inspirado em Anthony (veja mais aqui). Nascido das mãos do luso-americano Nelson Ribeiro e de Manny Mederos, o “Blue Ear” conta com um aparelho auditivo que lhe permite ouvir uma “formiga a soluçar do outro lado do país”, bem como escutar pedidos de socorro a longas distâncias.
O novo super-herói não foi lançado ao público, mas cumpriu a sua missão com o pequeno Anthony.
No ano seguinte, a Phonak, uma das maiores fabricantes de aparelhos auditivos do mundo, em parceria com a Marvel, deu início a uma campanha para estimular jovens e crianças surdas e com deficiência auditiva a usarem suas próteses, veja aqui.
Categoria: Outros
País: Estados Unidos
Línguas: Inglês e American Sign Language (ASL)